domingo, 7 de dezembro de 2008
“Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes”. Rm 12.12
Estes três conselhos se entrelaçam e parecem depender do anterior — servindo ao tempo. A pessoa que põe sua alegria na esperança da vida por vir, e suporta suas tribulações com paciência, também está pronta a dedicar-se ao tempo e se vale da oportunidade de marchar com vigor em busca de seu alvo. Sempre que venha ao caso (pois não faz muita diferença se as frases são ou não relacionadas), Paulo primeiro nos proíbe a permanecermos contentes com nossas bênçãos momentâneas, ou a pôr nossa alegria na terra ou nas coisas terrenas, como se nossa felicidade estivesse localizada ali. Ao contrário disso, ele nos convida a dirigir nossas mentes rumo ao céu, para que experimentemos aquela alegria que é sólida e plenária. Se a nossa alegria repousa na esperança da vida por vir, esta esperança gerará em nós paciência na adversidade, visto que nenhum sentimento de pesar será capaz de sucumbir tal alegria. Portanto, estas duas coisas se acham estreitamente relacionadas entre si, ou seja: a alegria que nasce da esperança, a paciência que nasce da adversidade. Somente a pessoa que aprendeu a buscar sua felicidade para além deste mundo, como fim de reduzir e aliviar as asperezas e amarguras da cruz com a consolação da esperança se sujeitará calma e tranqüilamente a carregar a cruz.
Entretanto, visto que ambas estas coisas estão muito acima de nossas forças, devemos permanecer constantemente em oração e invocar continuamente a Deus, para que ele não permita que nossos corações desmaiem e se misturem com o pó, ou sejam destroçados pelas calamidades. Além do mais, Paulo não só estimula à prática da oração, mas expressamente nos intima à perseverança, visto que nossa guerra é incessante e sofremos vários assaltos todo dia. Mesmos os mais fortes dentre nós são incapazes de suportar esses revezes sem freqüente reaquisição de novas energias. Mas a diligência na oração é o melhor antídoto contra o risco de soçobrarmos.
João Calvino
Fonte: CALVINO, João. Romanos. Trad. Valter Graciano Martins. 1ed. São Paulo: PARACLETOS Ed., 1997. 524p.; pp. 437-438.
Estes três conselhos se entrelaçam e parecem depender do anterior — servindo ao tempo. A pessoa que põe sua alegria na esperança da vida por vir, e suporta suas tribulações com paciência, também está pronta a dedicar-se ao tempo e se vale da oportunidade de marchar com vigor em busca de seu alvo. Sempre que venha ao caso (pois não faz muita diferença se as frases são ou não relacionadas), Paulo primeiro nos proíbe a permanecermos contentes com nossas bênçãos momentâneas, ou a pôr nossa alegria na terra ou nas coisas terrenas, como se nossa felicidade estivesse localizada ali. Ao contrário disso, ele nos convida a dirigir nossas mentes rumo ao céu, para que experimentemos aquela alegria que é sólida e plenária. Se a nossa alegria repousa na esperança da vida por vir, esta esperança gerará em nós paciência na adversidade, visto que nenhum sentimento de pesar será capaz de sucumbir tal alegria. Portanto, estas duas coisas se acham estreitamente relacionadas entre si, ou seja: a alegria que nasce da esperança, a paciência que nasce da adversidade. Somente a pessoa que aprendeu a buscar sua felicidade para além deste mundo, como fim de reduzir e aliviar as asperezas e amarguras da cruz com a consolação da esperança se sujeitará calma e tranqüilamente a carregar a cruz.
Entretanto, visto que ambas estas coisas estão muito acima de nossas forças, devemos permanecer constantemente em oração e invocar continuamente a Deus, para que ele não permita que nossos corações desmaiem e se misturem com o pó, ou sejam destroçados pelas calamidades. Além do mais, Paulo não só estimula à prática da oração, mas expressamente nos intima à perseverança, visto que nossa guerra é incessante e sofremos vários assaltos todo dia. Mesmos os mais fortes dentre nós são incapazes de suportar esses revezes sem freqüente reaquisição de novas energias. Mas a diligência na oração é o melhor antídoto contra o risco de soçobrarmos.
João Calvino
Fonte: CALVINO, João. Romanos. Trad. Valter Graciano Martins. 1ed. São Paulo: PARACLETOS Ed., 1997. 524p.; pp. 437-438.
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